Hoje se comemora o “Dia da Cultura picoense”, ou pelo menos seria para comemorar. O que temos, desde 2002 quando escrevi o meu primeiro artigo sobre o tema para o site da UPE, é apenas a comemoração da data de nascimento de Ozildo Albano. Vale a pena relembrar o histórico?Claro que vale!
Mas quem não prestar atenção no histórico de Ozildo não conseguir entender a importância desse intelectual para nossa cultura, não vai porque não conseguirá “materializar” as suas conquistas; não irá porque não se consegue encontrar material algum disponível.
Aprendi desde cedo, com ele mesmo, a emoção de se fazer cultura; algumas vezes em visita ao seu museu particular, ele explicava pacientemente cada peça do acervo por ele catalogado, eu me perguntava às vezes aonde ele achava tanta paciência e carinho.
O Museu foi talvez o menor legado que Ozildo nos tenha deixado. Como iremos saber!? Temos que usar a criatividade, pegar o pouco que nos é permitido, Ozildo deve está “se mexendo no túmulo”, e fazer uma cronologia para poder completar esse artigo, mas estou sem paciência nesse momento, vou só dá um “Ctrl + C” e um “Ctrl + V” no texto que eu fiz há cinco anos atrás que ninguém irá perceber...
Sabe Ozildo! Você deve está vendo a dificuldade de se fazer cultura nessa cidade, os empecilhos como são grandes, mas você deve está se dizendo: “Ah! Se eu estivesse ai em baixo, hoje é tão mais fácil do que quando eu comecei...”. Pois é você faz muita falta aqui, a D. Olívia ta doente, você sabe, o Sr. Elizio ta morando fora e outros estão com você ai em cima, mas sabe Ozildo, não vou desistir, espero que no próximo 20 de novembro eu tenha mais o que comemorar em seu nome.
Parabéns a todos os picoenses por essa data tão importante, todos nós deveríamos nos orgulhar muito, pois desconheço outra cidade no Brasil que tenha uma lei municipal que instituiu uma data própria com tal grandioso propósito. Parabéns pelo o que não sei muito o quê!
HISTÓRICO
(Ozildo Albano)
O Projeto Lei nº1.795/94 de 29 de novembro de 1994, da então vereadora e poetisa Olívia Rufino, sancionado e promulgado pelo Prefeito Abel de Barros Araújo, instituiu o dia 20 de novembro como o "Dia da Cultura Picoense", data esta escolhida em homenagem ao intelectual Ozildo Albano, por ser esta a data de seu nascimento e pelo relevante trabalho no âmbito cultural.José Albano de Macedo (Ozildo Albano) nasceu em Picos (PI), em 20 de novembro de 1930. Concluiu seus estudos do primeiro grau menor como seminarista, no antigo seminário de Teresina, de volta a Picos em 1949, alistou-se no Exército e fez o "Tiro de Guerra", no mesmo ano prestou exame de admissão do Ginásio Estadual Picoense, recém fundado.
Fundou com alguns colegas da época o grêmio estudantil "Da Costa e Silva", do qual foi presidente, coordenou várias atividades culturais, inclusive peças de teatro, até que partiu para Recife, de onde trouxe uma tipografia; então nasceu "A Flâmula", um periódico do Ginásio de Picos, do qual foi redator, circulando a primeira edição no dia 15 de março de 1952. Tendo terminado o curso ginasial em 1953, transferiu-se para Fortaleza, ingressou no segundo grau no Colégio Estadual do Ceara - Liceu Cearense, prestou vestibular para Direito, e só retornaria a Picos formado, onde prestou concurso publico e se tornaria Juiz de Direito, assumindo a comarca de Pio-IX-PI, transferindo-se em seguida para Jaicós-PI, onde mais tarde deixaria a Magistratura e retornaria a sua cidade natal.
Voltando a Picos, Ozildo ao lado de grandes amigos como Olívia Rufino e Elísio Serafim, fundaria o primeiro trio de seresta da cidade. Graças aos seus profundos conhecimentos, foi secretário de cultura de Picos, iniciando um trabalho de catalogação dos recantos e prédios públicos ou particulares que compunham o patrimônio cultural da cidade, fazendo também estudos para identificar o folclore e as tradições de Picos. Patrono da cadeira nº 3 da Academia de Letras da Região de Picos, memorialista, "guardião da memória de Picos", expressão maior da cultura picoense, Ozildo criou a Biblioteca e o maior museu particular do Nordeste, hoje tombado pelo estado e recebendo o seu nome.
Os últimos empreendimentos culturais de Ozildo, que não chegou a concluir, eram dois livros que pretendia publicar, o primeiro a versão inédita documentada e completa da historia de Picos e o segundo trabalho literário seria uma geografia pitoresca de Picos. Acometido de um enfarto, Ozildo Albano veio a falecer em 05 de julho de 1989, aos 58 anos de idade, deixando um vácuo no meio cultural.
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